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terça-feira, 13 de março de 2012

Metodologia da Avape ajuda a capacitar pessoas surdas para o mercado de trabalho

Vanessa Moiseieff NOTÍCIAS - Info & Ti

Com a ajuda de intérpretes, oficinas de capacitação profissional ajudam pessoas com deficiência auditiva a se prepararem para a vida profissional
 
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um assunto cada vez mais recorrente na sociedade. Neste mesmo contexto, tem crescido também a discussão sobre a importância de promover a capacitação destes cidadãos de acordo com suas necessidades específicas. No caso de pessoas surdas, por exemplo, há uma série de estímulos e ferramentas que podem ajudar de forma pontual neste processo de inclusão e que devem ser considerados. É pensando nisso que a Avape - Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência possui um trabalho voltado justamente ao atendimento dos deficientes auditivos.
 
Segundo Maria Aparecida Nosch, coordenadora técnica do CDCA Belenzinho - Centro de Desenvolvimento e Capacitação da Avape, a falta de alfabetização é uma característica comum em uma parcela das pessoas com deficiência auditiva que procuram a Avape e que este é um fato que pode dificultar a inclusão. 
 
"Temos casos de pais e mães que nunca conseguiram se fazer entender pelos filhos surdos, além de jovens entre 20 e 30 anos que nunca foram alfabetizados. Se a pessoa conhece pelo menos a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, consegue acompanhar com um intérprete as oficinas oferecidas pela Avape voltadas à capacitação profissional", explica a coordenadora. 
 
Ela conta ainda que, por outro lado, há pessoas com deficiência auditiva estimuladas desde criança que chegam à Avape em condições diferenciadas e maiores possibilidades de serem incluídas no mercado de trabalho. É o caso de Elizabelita Francelino Maximiano, de 14 anos, que começou os estudos em uma escola especializada para surdos, e antes dos 10 anos, já freqUentava uma das Unidades Clínica da Avape. 
 
Há um ano, Elizabelita iniciou as oficinas de inclusão profissional na Avape, onde desenvolve habilidades preparatórias para a vida profissional, tais como: higienização e limpeza, produção, rotinas administrativas e artesanato. A sala onde a adolescente estuda é composta por pessoas de diferentes deficiências e a comunicação com os alunos surdos é feita por um intérprete. "Quem acompanha a evolução da Elizabelita concorda que ela já está preparada para o mercado de trabalho", avalia Maria Aparecida Nosch. 
 
Mais sobre a deficiência auditiva
 
Cada deficiente auditivo possui um nível e um tipo diferente de surdez. Elizabelita, por exemplo, era apenas "oralizada" na infância; o que quer dizer se estabelecia comunicação apenas por meio da leitura labial. Com o tempo, tornou-se bilíngue, utilizando a LIBRAS e a Língua Portuguesa escrita. 
 
Além do deficiente auditivo oralizado e bilíngue, há também outras nomenclaturas, como o sinalizado, que se comunica por meio de LIBRAS; o implantado, que, por meio de procedimento cirúrgico, recebe um aparelho chamado "Implante Coclear"; e o lobo, que utiliza gestos particulares para se comunicar, não domina LIBRAS e não oraliza.
 
De acordo com a fonoaudióloga Andressa Ramos, no trabalho de fonoaudiologia e de psicologia oferecido pela Avape, os profissionais ajudam a trazer a fala e o conceito de linguagem. "Eles tem vergonha de falar por não ter controle da altura e da articulação. Orientamos e estimulamos a produção oral e como perceber esses sons que eles produzem", explica.
 
Um dos momentos para praticar tudo o que aprendeu durante a vida são em encontros de surdos. Segundo Ricieri Palha, intérprete, eles vão aos encontros para falar sobre a vida, no cinema um ajuda o outro a compreender, assim aprendem a conviver em sociedade: "Eles têm sua própria comunidade, cultura e língua", explica.
 
Sobre a Avape
 
Com 29 anos de atuação, a Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência) é uma instituição filantrópica de assistência social, que tem como missão promover as competências de pessoas com deficiência e em risco social. Fundada em 1982, a entidade é considerada modelo de gestão e foi a primeira em sua área a receber a certificação ISO 9001. A Avape é reconhecida pelo trabalho de prevenção, diagnóstico, reabilitação clínica e profissional, qualificação e colocação profissional, programas comunitários e capacitação de pessoas e de gestão para organizações sociais. Oferece atendimento a pessoas com todos os tipos de deficiência e em risco social, do recém nascido ao idoso. Desde o seu início, já realizou mais de 18 milhões de atendimentos gr atuitos e inseriu mais de 17 mil pessoas com def iciência no mercado de trabalho. Na busca de parâmetros internacion ais, mantém parceria s e termos d e co operação técnica com diversas organizações nacionais e internacionais.
 

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