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terça-feira, 13 de março de 2012

Língua Portuguesa é tema de encontro de instrutores e intérpretes de Libras

Instrutores e intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) da rede municipal de 
ensino participaram no último sábado (10-03) do curso de formação para o ensino 
da Língua Portuguesa para alunos com surdez.
Esse é o segundo encontro, de um total de cinco, promovido pela Secretaria
 Municipal de Educação de Cuiabá (SME), voltado aos profissionais que
 auxiliam na comunicação entre professores e alunos com deficiência 
auditiva. Outra atividade desses educadores é o ensino de Libras aos educandos 
que ainda não dominam esse código.
Na primeira etapa do curso, tradutores e instrutores receberam orientações
 sobre o trabalho realizado no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Segundo a líder da Educação Especial da SME, Rejane Léa Magalhães,
 durante todo ano estão previstas formações para alunos com os 
diversos tipos de deficiência, como a visual, intelectual e múltipla, 
além de tecnologia assistiva e experiência exitosas da prática pedagógica
 dos professores do AEE.
Palestrante do segundo encontro, mestre e doutorando em Libras, 
o professor da UFMT, Anderson Simão Duarte, informou que o
 idioma apenas foi reconhecido como língua materna dos surdos 
em 2002 e que a Língua Portuguesa é artificial para o deficiente
 auditivo. “É como se fosse uma língua estrangeira para quem tem
 o português como primeira língua”.
O processo de aprendizagem da Libras, de acordo o professor,
 se dá por meio de imagens. “A Língua de Sinais não é mais ou
 menos estruturada do que qualquer outra língua, pois segue regras
 gramaticais, possui sintaxe e semântica. Como a pessoa com
 surdez não possui o receptáculo do som, que é a audição, 
seu aprendizado é por meios dos sinais, das imagens, dos gestos”,
 disse.
Na avaliação do professor, o sucesso escolar do aluno surdo 
depende do investimento dos gestores públicos e do 
profissional dos que trabalham com eles. “É preciso reconhecer e
 conhecer o direito da criança com surdez. Para isso, precisamos
 de orientações, esclarecimentos, para que tenhamos qualidade 
no atendimento oferecido a eles. Não podemos tirar desses alunos
 a oportunidade de ler e escrever”.
Nos próximos encontros os educadores discutirão a aquisição da Libras 
 pelo aluno, que é mediada por um instrutor nas salas de recursos
 multifuncionais e, posteriormente, o ensino da Língua 
por meio da Libras.
A pedagoga Simone Márcia Pardinho atua como intérprete na
 escola municipal Irmã Maria Betty, no bairro Novo Mato Grosso,
 e ponderou que cursos de qualificação enriquecem o trabalho 
em sala de aula. “O contato com pessoas experientes nos ajudam
 a acertar a maneira como desenvolvemos as atividades educativas
 com nossos alunos”.
Ela também chama a atenção para o trabalho conjunto, que 
deve envolver os professores da sala multifuncional e o do ensino 
regular, além e a família. “Será um corpo para o desenvolvimento
 e aprendizado dessas crianças. A participação dos pais nos
 ajuda muito na superação das dificuldades. Daqui a alguns anos,
estaremos sentados e entendendo o que um palestrando surdo 
estará dizendo”. 

 http://www.odocumento.com.br/materia.php?id=387309

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